quarta-feira, 19 de abril de 2017

Crítica: Eis os Delírios do Mundo Conectado (2016)






“A realidade é aquilo que, quando você para de acreditar, não desaparece”.Philip K. Dick




Neste documentário do diretor alemão Werner Herzog , somos colocados diante da questão da internet e como ela afeta nossas vidas. O filme é divido em capítulos que vão destacando o inicio da criação da internet pelos pioneiros da época, e de que forma seu crescimento atingiu a todos os seres humanos. Herzog destaca uma aura sagrada no nascimento da internet e também que mesmo entre os criadores dela existe visões destoantes.

A internet tem facilitado a vida das pessoas de enormes formas e jeitos. Perpassando pela ciência, tecnologia e diminuição das fronteiras entre as pessoas. Ela permeia tudo e todos. No filme, vemos, por exemplo, a importância de um jogo online para a resolução de problemas científicos.

O jogo citado no documentário é Eterna e você pode dar uma conferida nele aqui.

Mas, se por um lado temos os vários benefícios da internet, Herzog também nos mostra o seu dark side e é nessa parte que seu talento e humanismo sobressaem ainda mais.

Uma família que teve a foto de sua filha morta exposta na web — casos como esse são cada dia mais rotineiros — quase um paralelo ao filme Nightcrawler. Viciados em jogos que precisam recomeçar do zero suas vidas, pois já não conseguem mais distinguir o real e o virtual a ponto de esquecerem completamente suas necessidades mais básicas e pessoas que por causa da radiação de celulares são providas de suas vidas e, literalmente, presas em gaiolas. Para saber mais sobre essa condição clique aqui.

Também temos o movimento hacker, onde há uma entrevista divertida com o famoso Kevin Mitnick — não é mero acaso se te lembrar de Mr. Robot — e prosseguindo em segurança nacional e guerras cibernéticas. A internet é segura? Estamos seguros?

Viagens a outros planetas, inteligência artificial e visões apocalípticas compõe uma parte do filme. Werner Herzog, um diretor tanto de documentários como de filmes de ficção mapeia todos os possíveis significados e significantes dessa coisa da qual parece que não podemos nos livrar e coloca uma pergunta no ar interessante: será que a internet sonha consigo mesma?


Werner Herzog




Herzog destila humor, belas cenas, humanismo e sua qualidade em aproximar um mundo aparentemente distantes. Pontuando as questões e mostrando a beleza do ser humano nesse emaranhando de conexões que é nossa vida atual — ou seria virtual?

Thiago Mendes

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