sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Sonhando com elas




“Vou me libertarDo tempo dos homensSó vou te encontrarEnquanto eles dormem.”

Boogarins — Tempo






Não assisti ao recente jogo das meninas do futebol brasileiro nessas Olimpíadas e posso admitir que sequer tenho visto alguma coisa dessa competição. Contudo lá estávamos.

A tela. A bola.

Sono. Tonto . Sonho.

Sonhei que elas ganhavam o ouro e os homens uma lição.

Essa medalha iluminava a luta delas.

Feministas, mulheres, Elas;

Dentro de um esporte decididamente machista.

que zomba sempre quando pode das árbitras;

das bandeirinhas;

Recordam das Martas apenas quando elas fazem gol;

Ganham prêmios;

As mulheres já despertaram;

Espero que haja tempo para os homens.





Thiago Mendes

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Peregrino




“Essas pessoas — assim como o resto de nós — devem estar conscientes
de que, enquanto durar a peregrinação, as condições de viagem
tenderão a permanecer muto semelhantes às atuais: caracterizadas
pela incurável fragilidade das posições sociais e fontes de
subsistência, pela sensibilidade irritadiça dos vínculos inter-humanos,
pela mutabilidade camaleônica dos valores ambicionados e dos assuntos
recomendados pela opinião pública como dignos de atenção e esforço.
Como se tudo em volta conspirasse para tornar difícil e desconcertante
a vida dos devotados peregrinos, e para puni-los por sua
obstinação e lealdade à decisão um dia tomada.”

Arte da Vida — Zygmunt Bauman

https://morguefile.com/search/morguefile/5/road/pop


Às vezes nos sentimos conectados ao mundo.
Um sentimento de verdade. 
nada de razão, 
mas sentimentos.
Fitando às arvores e as pessoas.
Passeando numa avenida,
quase iluminada!
Sublime experiência da vida;
que te sopra como um vento de mudança.
As coincidências. 
Os encaixes.
As risadas.
As vezes somos como peregrinos largados nesse campo de batalha.
Divididos entre a alegria do ser
e a tristeza do perecer.
Despojos famintos fantasmas pesadelos.
O estranhamento daquele olhar pela janela.




E ainda assim. “Às vezes” Caminhamos. Despertos por minutos em busca de nossa pérola.


Thiago Mendes

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

"Paratodos"







Em clima de Olimpíadas e Paraolimpíadas o cineclube Cine Nikiti exibe neste mês de agosto o documentário “Paratodos”, de Marcelo Mesquita. Ele será apresentado no dia 17 de agosto, quarta-feira, às 19h, no Solar do Jambeiro, com entrada gratuita.



“Paratodos” mergulha no cotidiano de alguns dos principais atletas paralímpicos brasileiros. A trajetória, a vida e os desafios de alguns atletas paralímpicos, que fazem parte das delegações brasileiras de natação, atletismo, canoagem e futebol, em fase de preparação para os Jogos Paralímpicos de 2016, no Rio de Janeiro.



O NPD concederá certificado de horas de atividade complementar para os estudantes que comparecerem ao evento.



Cine Nikiti é um cineclube resultado da parceria do Núcleo de Produção Digital de Niterói (NPD)/Subsecretaria de Ciência e Tecnologia com a Niterói Filmes e o Solar do Jambeiro.


 Site oficial do filme


 Trailer do filme


 Pagina do evento no Facebook


 Cine Nikiti no Facebook



O Solar do Jambeiro fica na Rua Presidente Domiciano, 195, Ingá, Niterói. Telefone: 2109-2222.

sábado, 6 de agosto de 2016

placebos #1









Esse Rafael Portugal é muito engraçado mesmo sempre que vejo esse episodio tenho em mente uma cena do filme Laranja Mecânica quando Alex volta para casa depois do tratamento e descobre que tem uma pessoa morando com seus pais.








Simplesmente a nova onda entre idas e vindas é esse tal de Pokemon sinceramente eu prefiro esse:






Thiago Mendes

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Hipopótamo # 10






17:00



Com a ajuda de Jonas entrei rapidamente na família da comunidade. Larguei a hibernação do corpo e fui atrás da salvação da alma.

Todos me aceitavam e logo uma sensação feliz percorria meu ego. Nenhum deles reclamava das merdas que fizera durante toda passada vida. Experiência que preenchia um manual.

Amém!

Os pastores me usavam;

Não!

Instruíram-me para iluminar os caminhos dos drogados, suicidas, seres imprestáveis, excluídos pelas outras instituições.

Não para nós.

Somos uma grande família e você pode fazer parte.

Logo o dízimo soava razoável.

O fogo do inferno soprava insuportável.

Através de uma lavagem.

Não!

Limpeza espiritual para afastar espíritos malignos da mente.

Questionado;

_ Por ventura estaria vendo algo?

_Nada vi senhor.

Enquanto um hipopótamo desfilava pelo caro tapete vermelho posto ali no dia que um deputado apareceria.

- Tô odiando as aparições desse bicho -

Como Jesus largado na cruz pelo seu pai, pagando pelos crimes dos seus irmãos.

Igual com mamãe.

_ Cruzes você está louco meu filho?

Os esquecidos amigos!

Meus irmãos falavam que este tipo de atitude ocorria normalmente com os descrentes e logo ela veria a maravilhosa transformação da qual seu filho alcançara. Estar salvo, menos mal.

Meu papel na igreja estava bem esclarecido e acredite que aquele gordinho conversando com alguns jovens escolhidos unicamente pelo modo como se vestiam, é este que vós fala.

Sorrindo batia papo com essas meninas de cabelos coloridos com seus incríveis decotes.

_ Saia dessa vida menina!

Suas minissaias;

_ O mal espreita sempre!

Suas colegas rindo;

_ Muitos amigos são apenas uma má influência!

Elas ficavam mostrando os dentes rindo alto;

Eu baixinho.




18:00



Digo-vos descrentes que vi uma luz no fim do túnel. Mais ainda, no fundo do meu copo alcoólico. Lá, onde apenas existia o capeta com seus chifres 500 canais e sorriso dono de bar aceitamos fiado. Rindo das nossas dores de parto, fígado, cabeça, dentes... Meu senhor como é caro um bom dentista hoje em dia. Vossas televisões manchando a mente de sangue. Colocando suas filhas no caminho das messalinas, atrizes, minissaias, anticoncepcionais, decepciona ver uma criança carregando em vez de uma boneca, outra criança. Milhares de programas esvaziando qualquer oficina, o diabo agradece.

Os garotos sonhando com uma bola, cheirando uma cola, chupando uma rola, isso é algo normal pergunto a vocês?

O demônio espreita os caminhos fáceis, os mesmos que seus filhos logo seguirão. Jovens, por que sempre procuram facilidade, nesta idade.

Cartão de crédito sem limites;

Comidas de plástico;

Favores sexuais;

Amores artificiais;

Rejeitam todos aqueles que não se encaixam nos seus padrões de beleza e conduta.

Gordos;

Estranhos;

Deficientes;

Jovens;

Negros;

Excluídos;

Não somos todos legos;

Não seremos os brinquedos do diabo;

Não queremos ser postos de lado como cão velho pronto para o abate.

Contudo temos o sacrifício do filho;

O nosso pai celestial que não exclui ninguém;

Nem mesmo os necrófagos

&

Os padres pedófilos católicos romanos apóstolos;

Os ricos pastores das assembleias mercantis protestantes Deputados.

E com certeza não devemos esquecer-nos dos inocentes índios;

Eles não sabem de nada;

São uns bobos;

Perdoai a todos;

Amém.




Descanse em paz




_ Viu alguma coisa?

_ Não senhor.

_ Ele estava envolvido com drogas ou qualquer coisa do gênero?

_ Que eu saiba não!

_ Mulheres? Traição?

_ Não!

_ Alguma causa especial?

Os motivos podem parecer um pouco obscuros pelo atentado num dia qualquer da semana. O impressionante número de facadas cravadas no peito. A polícia em vão se esmiuçou em busca de algo.

Barbárie; estava escrito nos jornais deles;

Os nossos paper/news iam de salvo para alvo como político na câmara.

Assalto?

Vingança?

Todavia o pessoal não soube se tratar de uma dívida com o trafico.

Jonas livrou-se dos vícios diabólicos, encontrou a calma no espírito, podia ter casado com uma linda mulher, todavia perdera crédito há muito tempo com o alto comando de um morro/familiar.

Alguém precisava pagar.

Seu débito podia comprar vários terrenos no paraíso.

O movimento sem terra exigia uma participação nessas áreas para plantio e sustentação das famílias.

Afinal eram terras improdutivas.

Produção em massa de coca, o mais querido de Jonas.

Fanático burro, pois estando na igreja e com o olhar de deus creu que nada podia acontecer.

Dois moleques desceram a favela para cobrar-lhe o negado;

Culto do Pastor da gloria, pessoas levantando as mãos para o alto, e Jonas esfaqueado umas treze vezes.

Fitei o garoto com a faca de cozinha, Brizola, o mesmo que passava a droga no Manu lanches.

O lance tinha ar de simplicidade:

Íamos ao bar, ficávamos sentados numa mesa.

Bebendo e cuspindo conversas fora.

O menino sentava ao nosso lado, bebia um pouco e ia ao banheiro.

Largava a encomenda atrás da lixeira.

Saía.

Enquanto um de nós entrava no mictório o outro (quase sempre Alberto) pagava a remessa.

Esquema planejado por Jonas.

Morto ao meu lado.

_ Havia algum envolvimento de Jonas com favelas próximas?

_ Não senhor delegado.

_ não vi nada.

Silêncio!

O mesmo que demonstro agora de frente ao caixão dele, numa sexta/chuva inundando minha face de lágrimas. Irritado por que Karol e Alberto não apareceram. Família sumiu do mapa, do papel.

Isabel entrando em pânico, gritando sobre a maldição. Sendo contidas por amigos.

Atada a falsos mitos.

Precisando de remédios para dormir numa casa sozinha.

Viciada neles como o filho fora por cocaína.

Apontando-me o dedo, dizendo palavras duras.

_A culpa é sua!

_Você sofrerá da maldição também!

_Será o próximo!

A única pessoa que me oferece abrigo em seu ombro é nada menos que a vizinha gostosa/religiosa.

Abraços.

Acompanha-me ao prédio, diz coisas que aquecem o coração da pequena chuva batendo nos guardas.

Escadas.

Ao subir retribuo o carinho com palavras ao pé do ouvido, esquentam qualquer mulher entre as pernas.

Viúva.

Empurra-me pela porta de sua casa até o quarto recheio da boca com gosto de hortelã dela.

Aranha.

Grita de medo, mata essa porra, desliga a luz.

Imaginação.

Eis o modo como arranjei para transar com aquela mulher no escuro.

Acordo sozinho.

Reparo no banheiro com a porta entreaberta.

Apaga e abre.

O eterno retorno do jogo da vida.

Das nossas vidas desvinculadas.

Descanse em paz Jonas.


terça-feira, 2 de agosto de 2016

Cícero






Há várias  "novas caras" para a música nacional e uma delas é este cantor, compositor e produtor carioca chamado Cícero. Autor de três discos onde mostra sua qualidade nas composições e melodias. Quem não o conhece não pode perder tempo e quem já o ouviu fica a dica de escutar novamente.



Vamos botar,
Chapéu de burro na cabeça do rei
Deixar a tristeza no canto e sair
Pra batucar na Rio Branco às seis...










Cícero lançou em 2011 seu primeiro CD, Canções de Apartamento, produzindo, gravando e tocando todos os instrumentos em casa e disponibilizando para download gratuito.




E o motorista
Vem avoando
De raiva cheia
E vida amarela
E vida amarela
E vida amarela

Ô vida má...

Vou sair pra passear...







Isabel anima qualquer coisa
Pra sair de casa.. Pra rodar na rua
Pode ser que aconteça
Isabel anima qualquer coisa
Pra sair de casa... Pra rodar na rua







No site do cantor é possível ter mais informações e ainda baixar gratuitamente os seus discos para alegria de nossos ouvidos...Ouça...



Site : Cícero


Thiago Mendes