O Prefeito foi carregado pela multidão de olhos vermelhos que cantava entre goles de tequila uma ode ao General. O Prefeito nem teve tempo de se despedir de sua mulher, de suas crianças ou de seus dentes estendidos pelo corredor entre as porradas que levou.
E isso nem foi o início;
A Corporação Transnacional entrou na cidade com um exercito e por vários dias tudo o que havia era sangue.
De um lado para outro.
Vermelho que manchou os rios , as portas das casas, as roupas das crianças e os uniformes dos soldados, mas por mais disforme que seja esse relato acrescento que tudo ocorreu em meio a uma alegria. O povo simplesmente não ia viver sem se vingar do seu General e para isso eles iriam até o fim do mundo ou até o inferno para isso.
No meu caso meu purgatório foi uma explosão próxima de algum artefato que atingiu meu olho o deixando sem visão.
A última vez que estive por lá soube de uma homenagem que eles estariam prestando ao General.
Nem Tv, nem rádio, muito menos internet comentaram esse fato, por isso caros amigos é que deixo aqui meu relato para vocês.
- Os dois amigos da mesa meio bêbados questionam -
_ O que você pretende fazer agora ?
_ Amigos, tudo que desejo é terminar esse copo de tequila...
Um brinde a Gonzalo Martinez.
Aviso : Os personagens e a história em si são uma obra de ficção e quaisquer coincidências são mero acaso. A realidade continua sendo bem mais crua.
Imagem: Free Morgue
Música: Recomendo o espetacular CD da Elza Soares "A Mulher do Fim do Mundo"
Autor : Thiago Mendes
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