segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Gonzalo Martinez # Final





O Prefeito foi carregado pela multidão de olhos vermelhos que cantava entre goles de tequila uma ode ao General. O Prefeito nem teve tempo de se despedir de sua mulher, de suas crianças ou de seus dentes estendidos pelo corredor entre as porradas que levou. 

E isso nem foi o início;

A Corporação Transnacional entrou na cidade com um exercito e por vários dias tudo o que havia era sangue
De um lado para outro.

Vermelho que manchou os rios , as portas das casas, as roupas das crianças e os uniformes dos soldados, mas por mais disforme que seja esse relato acrescento que tudo ocorreu em meio a uma alegria. O povo simplesmente não ia viver sem se vingar do seu General e para isso eles iriam até o fim do mundo ou até o inferno para isso.



No meu caso meu purgatório foi uma explosão próxima de algum artefato que atingiu meu olho o deixando sem visão. 

A última vez que estive por lá soube de uma homenagem que eles estariam prestando ao General. 

Nem Tv, nem rádio, muito menos internet comentaram esse fato, por isso caros amigos é que deixo aqui meu relato para vocês.

-  Os dois amigos da mesa meio bêbados questionam  -

_ O que você pretende fazer agora ?

_ Amigos, tudo que desejo é terminar esse copo de tequila...

Um brinde a Gonzalo Martinez.


Aviso : Os personagens e a história em si são uma obra de ficção e quaisquer coincidências são mero acaso. A realidade continua sendo bem mais crua.

Imagem: Free Morgue

Música: Recomendo o espetacular CD da Elza Soares "A Mulher do Fim do Mundo"

Autor : Thiago Mendes

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