sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Diário de Bordo do Plaz # 3








          Durante a viagem a Visconde de Mauá debati com Mandy a questão do todo e as partes, ora bolas andei lendo Capra e fixei na mente a ideia de que o todo é mais importante do que as partes. Partimos para Santina, terra encantada, frio daqueles que faz todo mundo se esconder nas roupas.

Passeamos em meio a uma quantidade enorme de pássaros, alguns mais coloridos outros capazes de cagar na sua cabeça desatenta. Cachorros também existiam aos montes uivando em meio à beleza das montanhas que nos cercavam.


O progresso político naqueles dias havia asfaltado partes da cidade e cada morador com seu bom dia particular possuía seu candidato colado em seu coração.


Subidas morro acima e mais montes por cima poderia deixar qualquer pulmão mais penoso, mas não o nosso que subindo rindo e descobrindo a beleza incrível das montanhas sagradas.


Não acendemos a lareira pra falar a verdade, mas queimamos outras coisas e despistamos a loucura da cidade grande por aqueles dias.


O tempo escondia o sol sob as nuvens enquanto meditávamos sobre as cachoeiras. Os mochileiros esqueceram uma das regras básicas: a toalha.
Mais sorte para a próxima vez.


A noite um caleidoscópio de luzes capazes de uma invasão alien. Mundos paralelos, espelhos nas paredes e degustação de cervejas foram feitas. O vinho jaz esquecido junto com a lareira.


Os deuses das cachoeiras novamente brincavam comigo e logo subitamente uma sensação percorria todo meu corpo, podia ser também as trutas abençoadas ou a bomba inatômica, porem deixo a dúvida para vocês caros leitores. Mandy rapidamente pegou Sartre e recitou o seu conteúdo me salvando de quaisquer infortúnios.


A partida é sempre uma sensação de deixar algo de nós pelo lugar, mas viajar é sentir. Tivemos contratempos com conduções loucas capazes de nos fazer beber para esquecer e durante esse meio tempo um cozinheiro que me lembrou de Gonzola, nos dava vivas dicas de Visconde e seus anexos.


Aquecidos pela bela companhia partimos rumo ao nosso mundo sem esquecer o canto das águas e toda sua verdade – Capra está certo – o todo é mais importante do que as partes.







Plaz Mendes