quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Madru...











Mais um litro de cachaça
Eu corro
Eu faço
Despacho. Desculpo-me
Inclino-me
Consagro-me
Acho-me.
Mais um litro de pinga
Eu corro
Desfaço
Desfaço-me
Em puro aço.
Mais um litro  de vinho
Vermute
Veneno
Adubo
Mudo
Maduro
Aturo um porre.
Esporro
Espirro
Mais um litro.
Mais um pingo.

de vida 



Plaz Mendes.


sábado, 25 de janeiro de 2014

Diário de bordô do Plaz #2014





23/01/14


Reparei esses dias que to cheio de isqueiros escondidos pela casa, e que graças a deus nenhum deles eu roubei.
Não que eu seja um cleptomaníaco como uns heróis por aí, mas meus amigos sempre me condenaram por roubar seus isqueiros.
Que mania louca de esquecer, né? É acender mais um cigarro e puf! Mais um isqueiro pra coleção.
Esses isqueiros espalhados pelos quartos. Comprei-os todos. A razão?
Não sei...
O que fazer com eles?
Bem... Acender mais um. Poderia usar a cada dia um novo fluido, porém não vou fazer essa desgraça. Por que não me lembraria dessas merdas mesmo.
Isqueiros são para nós como os lenços são para os antigos.
Em vez de cuspir, acendo.

Descobri também a custo de algumas noites solitárias com a caneca do lado, que gosto de gente que bebe.
Simples.
Tenho medo daqueles que sentam numa mesa de bar e não consomem nada alcoólico.
Como saber se eles são demônios do lazer ou anjos safados?
Capazes de quebrar a banca em cassinos imaginários ou vesanos ardentes de desejo pela grana?
Ok, eles não necessitam de um isqueiro no bolso.
Mas pelo menos... Tem gente que anda com eles e não fuma.
Acho foda!
É um item muito importante para qualquer mochileiro das galáxias que se preze;
Caro Hero, me lembrou do alho.

E não se esqueçam de suas toalhas.


Vogelfrei


Grato à Mandy e aos amigos Jess & Hero.


MudraSavra

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

A Copa não é nossa!

Latuff



Gol anulado
Casas arruinadas
Vidas arruinadas
Vidas!
 
Impedido
De ver suas raízes
De ter suas moradias
De sentir sua vida
Vida
 
Futebol
Futedólares
Compre seu ingresso
Enjoy
Repita comigo:
Copa, coca, rouba e rola.
Exija seu cupom.
Descontos.
Desconte sua vida
Vida
 
Padrão
Patrão
Sucesso na televisão.
Esqueça os mascarados
Os bastardos
Carceragens cheias
Hospitais cheios
Estádios cheios.
De vida?
Vida?

Plaz Mendes

Imagem e entrevista de Latuff:

Link

MudraSavra



sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Hipopótamos #5



18:05



       Com muito sono espero Karol na saída do colégio com nome de algum militar esquecido, por sinal todo o prédio foi abandonado pelos políticos. As meninas com suas saias/fetiche rindo, todas parecem iguais.
Uniforme.
Fugir da rotina.
No meu despertar sou mandando buscá-la entre o análogo sexy.
Não Karol.
O seu cabelo vermelho da um toque cult para sua pele branca e lindas perolas azuis. Corpo exuberante.
Burra.
Segundo grau ainda.
Apaixonei-me por uma idiota gostosa reflito lendo Schopenhauer que diz “a desgraça é a regra geral”
Imagino a vida de Karol, tola, boa, pobre, namorando Alberto que a adora por causa do seu grande traseiro.
Conheço-a do tempo de crianças.
Vizinhos.
Morava com uma senhora, que morreria antes do casamento da neta.
Salada mista.
Paixão a primeira piscina pública.
Alberto é filho de Alex e Sara, rico tem uma mansão no bairro e um sobrenome imponente.
Por isso não tenho permissão de escrevê-lo. Caso isso aconteça pagarei uma multa gigantesca.
Minha mãe trabalhou na casa deles como ajudante/enfermeira por algum tempo quando Sara sofria uma doença degenerativa.
Sara morreu.
Hoje cuida de um senhor/morte.
Hora dos remédios.
Morfina.
Fraldas geriátricas.
Viagra.
O velhote tem um gosto especial por prostitutas com ar infantil.
Minha mãe fofoca com rolinho em casa.
Nem esse velhote quer comê-la.
Triste.
       Conheci Alberto ao frequentar sua casa, contudo ele vivia na minha. Brincávamos sem perceber a diferença entre o carrinho de plástico e o quadriciclo/carrossel duas portas ao qual ele passeava. Crianças inocentes que arrancavam as cabeças dos bonecos do exercito para desespero de vovô Ademias.
Vudu.
Magia haitiana.
Filipina.
Vietnã.
Ele nunca esteve nesses lugares, contudo sua cabeça ruim nunca o colocou no lugar certo.
Por duas vezes ele veio visitar o neto.
Parou.
Por que esqueceu que havia um.
      Karol e Alberto foram colocados num altar pelo estúpido cupido gordo que a trocou por balas, doces, festas, amizades de plástico.
Al numa primavera nos trouxe todo o prazer da cocaína descoberta com um amigo do seu pai numa poltrona sexta feira com bolso cheio de sacolés/morro. Questão de tempo Jonas entrou no grupo, sua coragem para esquemas, suas ideias completavam tudo.
Ele arranjou um jeito de termos sempre em mãos o pó.
Já que o amigo do pai morreu alguns meses depois num roubo a banco.
_ Onde está Alberto?
Tentei manter a calma diante daquelas pernas e uma suposta surpresa pela minha presença ali em vez de seu namorado.
Aqui começa o enigma.
__ Al falou para buscar-lhe por causa de uma festa ocorrendo na casa dele. Jonas também se encontra lá.
_Alberto falou algo com você?
_ Não, nada demais.
A indiferença brotava dela sem muito razão aparente, visto que não nos víamos fazia uma semana e que a ultima vez fora a melhor noite da minha vida e possivelmente da dela.
Contudo tenha calma.
K-rol.
Decifre-me ou devoro-te.


Festinhas.



       Alberto dava frequentemente festas na sua grande casa solitária do seu pai viajando. Alex vivia no escritório/advocacia.
Empregados dispensados.
Drogas arranjadas.
Existiam dois níveis de festas:

1º. Festa do quintal: havia uma casinha no quintal.
Bangalô.
Chamávamos alguns amigos próximos.
Álcool, meninas, fumaça.
Pulávamos na água.
Eles!
Odiava essas porque não curtia nadar.
Na verdade ficar de sunga.
O péssimo hábito de tudo ficar de fora.
Pelos e gordura.
Terminava num canto chapado demais para lembrar como chegara nele.

2º. Party Prive. Acontecia dentro da casa de Alberto.
Vazia.
Realmente para nós.
Alberto mudara desde criança e hoje em dia dava muita importância para seu dinheiro. ”Confie sempre em si e quando puder nós outros”.
Repetia isto quase sempre.
Mesmo que não soubesse o autor dela.
Por isso a diferença única da primeira para a segunda consistia no número de pessoas e por títulos idiotas que Jonas inventara em seus acessos/excessos de karatê/brizolado.
As festas do segundo nível sempre marcaram minha mente.
Por motivos pessoais nunca me esqueci dessas.

Pegadas do HIPO






Plaz Mendes.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Amarrem seus cadarços







Problemas, problemas, problemas.
Um milhão de problemas
Poucas soluções, soluços engarrafados.

Nuvens cinza aparecem na foto ao lado
Gengivites e dentes estragados
Almas presas por cadarços.

Problemas, problemas, problemas.
Um bilhão de dilemas
Muitos discursos, sentimentos enlatados.

Ruas cinza em meio ao atalho
Avisos datados, roupas rasgadas.
Almas presas por simples cadarços de sapatos.

Problemas, problemas, problemas.
Fartos comerciais, poucos garfos.
Luzes piscando, o sangue embotado.

O cinza do asfalto esmagado.
Fantasmas e anjos espreitam as risadas.
Almas presas por um único cadarço de sapato.


Apertem seus cadarços!

Plaz Mendes